O “Blend” de um café é a mistura de diferentes cultivares de café que irão resultar em diferentes sabores e aromas no produto final. O café também pode não ser um “Blend”, quando é formado por apenas uma cultivar, como é caso de alguns cafés que são 100% Coffea arabica.
Em seguida vem a etapa de torra, que é o principal processo definidor da cor, sabor, aroma e acidez do café. O processo pode levar cinco minutos utilizando uma temperatura de 190°C. Os níveis de torra são diferenciados pela cor e o aroma, sendo classificados em torra clara, média e escura.
A torra clara acentua acidez e aroma, com sabor suave. A média é o ponto de equilíbrio entre acidez, aroma e amargor. Por fim, a torra escura forma um café mais ácido, mais amargo e menos encorpado, chamado de café ‘‘forte’’.
Após o processo de torra é importante fazer o resfriamento e deixar os grãos em repouso por 24h para que ocorra o resfriamento completo dos grãos. Em seguida inicia-se o processo de moagem.
Nesta etapa, o grão é triturado até a formação de um pó fino. Porém, o café em pó tem vida útil mais curta do que café na forma de grão, sendo assim, o café deve ser moído visando o armazenamento não prolongado.
Também é preciso ressaltar que após a moagem ocorre a liberação de CO2 do café, por isso é importante fazer novamente um repouso de 24h desse pó antes de embalar, para que não ocorra estufamento da embalagem. No caso de se desejar embalar o produto imediatamente, devem ser utilizadas embalagens alternativas que serão descritas a seguir.
Para a embalagem do produto moído, pode-se utilizar embalagens com presença de ar ou embalagens a vácuo. Na primeira delas o café fica protegido da umidade, mas permite a saída do aroma e possui vida útil mais curta devido à presença de oxigênio (ar); esta embalagem deve ser usada em cafés desgaseificados (após a liberação de CO2) ou utilizar embalagens com válvulas para a retirada do gás, ou até mesmo usar absorvedores de CO2 e O2 dentro da embalagem.
A válvula desgaseificadora alivia a pressão interna da embalagem pela retirada de CO2, evita a entrada de ar (conservando melhor o aroma do produto) e deve ser usada em embalagens flexíveis ou em selos de embalagens rígidas.No caso dos absorvedores de gases, são geralmente na forma de saches, utilizados dentro das embalagens bem seladas e é um pó a base de ferro. Porém, é considerado um produto estranho dentro da embalagem.
No caso de embalagens a vácuo, o produto tem mais durabilidade por diminuir significativamente o ar de dentro da mesma, com menos de 4% de oxigênio. Neste caso a embalagem fica comprimida contra o produto, tomando um formato rígido. O material da embalagem a vácuo deve minimizar a perda de aroma e sabor, barrar a entrada de oxigênio e de vapor d’água, ser resistente à perfuração e superfície interna deve ser resistente à penetração de gorduras. Existem outras tecnologias de embalagem que podem ser utilizadas como vácuo compensado ou atmosfera inertizada, mas demandam um pouco mais de tecnificação.
Resta ao produtor, escolher a tecnologia que mais se encaixa em suas necessidades e trabalhar para melhorar cada vez mais a qualidade do produto final.
Também é importante que todas as etapas após a colheita sejam feitas da melhor maneira possível, para manter a qualidade dos frutos por um período mais longo, garantindo uma bebida de boa aceitabilidade pelo consumidor e consequentemente maior retorno financeiro ao produtor.